sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Desvio no Olhar do Bebê

Postado por Lívia Andrade às sexta-feira, janeiro 31, 2014
 
Quarta-feira fomos à Oftalmo-Pediatra. Há pouco mais de um mês notei um desvio no olhar de Henrique, depois que minha irmã chamou a atenção. Ela estava olhando ele assistir o DVD no notebook e um olhinho estava bem certinho, mas outro estava mais pra dentro. 
 
Depois desse dia, passei a prestar mais atenção. Meu marido falou que tinha notado, mas que achou que estava dentro do tempo normal para se corrigir.
 
E estava. Pesquisei sobre o assunto. Normalmente esses desvio se corrigem sozinhos até o bebê completar o 7º mês. Encontrei alguns sites que diziam que isso poderia ser corrigido apenas até o quarto mês. Confirmei, no entanto, com a Pediatra e agora com a Oftalmo Pediatra e ambas me informaram que até o término do 6º mês esses desvios são bem comuns e naturais:
 
"Logo que nasce, o bebê ainda não “aprendeu” a enxergar  e nem a coordenar os músculos que movem os olhos. É comum o recém nascido desviar os olhos, ora para dentro, ora para fora. Em torno de 3 meses de idade, o bebê começa a fixar o olhar e os olhos começam a ficar mais alinhados. Após os 6 meses de idade, o bebê NÃO DEVE DESVIAR MAIS OS OLHOS. O bebê aprende a enxergar com os 2 olhos ao mesmo tempo, isto é, juntar as imagens que vem dos dois olhos e percebê-la como uma imagem única em 3 dimensões até os 2 anos de idade.  A visão continua seu maturamento até os 7-9 anos de idade, quando então a criança já tem a visão de um adulto.  O “grau” que a criança possa ter vai variar com o crescimento, e podem ocorrer variações até os 21 anos ou até mais tarde." (Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica)

Para a consulta, Henrique teve que dilatar a pupila. É exatamente como acontece conosco nos exames, pinga uma gotinha de colírio em cada olho 3 vezes! Todas as vezes ele chorou um pouco, mas na terceira, quase não conseguimos colocar no olho direito. Foi difícil, ele chorou muito e depois ficou inquieto até entrar no consultório da médica. Devia estar incomodando muito o olho dilatado. Tentei todas as brincadeiras e brinquedos favoritos, mas nada o distraia completamente, nem o acalmava. Ainda bem que o consultório estava repleto de brinquedos e ele deve ter gostado da Oftalmo, porque ficou quietinho lá.
 
A médica examinou bem Henrique e olhou fotos. Para minha surpresa, ela disse que Henrique não tem desvio. No entanto, recebi várias dicas para reconhecer desvios e vim compartilhar. Uma das fotos que mostrei foi essa:
 
Na foto (quase um auto-retrato, não parece?!!), pra mim, o desvio de Henrique era claro.

Para ela, no entanto, essa é uma foto clássica que mostra como nós pais podemos nos enganar.
 
O problema que me levou a enxergar um desvio, é que Henrique não está de frente. Ele está levemente inclinado. Prova disso é que as orelhas dele aparecem na foto em níveis diferente. A orelha direita aparece mais e, por isso, parece existir um desvio no olho esquerdo.
  
Por recomendação, voltaremos daqui há 3 meses. Afinal, a médica  considera muito a opinião dos pais, que estão muito mais tempo com o bebê.

Mas olhando melhor agora, atento as dicas que recebemos, também achamos que ele não tem desvio.
 
Nas fotos que realmente mostram desvios, o bebê deve estar bem de frente. As orelhinhas estarão bem 'emparelhadinhas', mostrando as duas direitinho.
 
Outra dica muito relevante, é que se o desvio é divergente, normalmente é de fato um desvio, enquanto o convergente, pode ser um pseudoestrabismo:
 
 
O Pseudoestrabismo é uma condição que simula presença de estrabismo. Na maioria das vezes, ocorre a “impressão” de que a criança desvia os olhos para dentro embora os olhos estejam alinhados. Esta impressão é causada por pregas de pele verticais e base do nariz alargada, característica facial normal de muitos bebês chamada Epicanto. À medida que a criança cresce, a base nasal vai ficando mais estreita e menos “achatada” e a aparência de desvio vai desaparecendo. 
 
- A primeira avaliação oftalmológica deve ser feita ao nascer, antes da alta, pelo pediatra (TESTE DO OLHINHO) - No nosso caso, foi feita após a saída do Hospital.
ƒ- Nos 2 primeiros anos, uma avaliação oftalmológica completa a cada 6 meses, de preferência com um oftalmo-pediatra. ƒApós, uma avaliação oftalmológica completa anual, pelo menos até os 8-9 anos, de preferência com oftalmo-pediatra.
- ƒA avaliação realizada na escola não é completa!
 
Como posso diferenciar o Pseudoestrabismo do Estrabismo Verdadeiro?
Eu acho que a melhor forma de ter certeza é levando ela para o médico especializado. Ele fará um exame simples, colocando a luz de uma lanterninha apontada para os olhos do bebê, ou, se a criança for maiorzinha, pedir para que ela olhe para a luz. O reflexo da luz deve ser visto na frente das pupilas (o pretinho no centro da parte colorida dos olhos), e de forma simétrica.   Se a criança tem estrabismo verdadeiro, os olhos não estarão alinhados e o reflexo irá aparecer em lugares diferentes em cada olho: provavelmente cairá sobre a pupila em um dos olhos e mais lateral ou mais medial à pupila no olho desviado.
 
Fiquem de olho nos olhinhos de seus bebês e crianças. Cuidem da saúde deles.
 
Bom fim de semana e Beijocas.

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